sábado, 27 de abril de 2013

O Laboratório Fotográfico do Garatuja
















As primeiras experiências com fotografia começaram no Garatuja no início da década de oitenta através do fotografo Armando Canuto. Armando trabalhou muitos anos na gravadora CBS produzindo fotos para encartes e capas de discos, e por determinado tempo morou em Atibaia, realizando aqui cursos e oficinas. Euclides Sandoval, outro fotógrafo recém morador da cidade, dividia com ele parte do curso direcionada a linguagem fotográfica. Fui aluno deles e a partir daí, animado com as novas possibilidades que se abriam ao Garatuja, passei a introduzir a fotografia no ensino da arte para crianças. Logo de inicio ficou evidente o interesse que a atividade despertava, principalmente para os maiores de oito anos. Nessa época nem se pensava em fotografia digital e o sistema analógico, em preto e branco, era a única possibilidade para quem quisesse se aventurar na prática fotográfica de maneira amadora. Lembro-me que tudo que envolvia esse meio tinha um custo bastante elevado e a saída era improvisar. Com o tempo fui adquirindo equipamentos e materiais mais apropriados a atividade, como bandejinhas, lanterna, timer e ampliador. O laboratório monta/desmonta, que funcionava no banheiro, durou até o ano 2000, quando da reforma e ampliação das dependências do Garatuja, adquirindo então local próprio. Nesse ano a fotografia digital já estava consolidada e o sistema analógico em vias de extinção, mas mesmo assim resolvemos investir nele. Embora obsoleto, o laboratório é fonte de grande interesse por parte das crianças, assim como de jovens e adultos frequentadores do espaço. Com a expansão dos meios digitais, somados as suas limitações sensoriais, a prática analógica volta a ganhar importância e ser visto como "novidade" frente as modernas tecnologias. O Garatuja tem como proposta pedagógica o dialogo entre as antigas práticas do fazer artístico e os atuais sistemas digitais, e nesse sentido o laboratório fotográfico do Garatuja ainda será de grande utilidade, pelo menos enquanto houver um jovem ou criança disposto a descobrir a magia da revelação.